"Há clubes que apresentaram declarações assinadas por jogadores de situações que não são verdadeiras, no âmbito do processo de licenciamento para a nova época, junto da Liga de Clubes. O prazo da entrega de pressupostos para a participação nos campeonatos da próxima época terminou na passada segunda-feira e todos os clubes estão inscritos. A Comissão Executiva da Liga faz a avaliação final das candidaturas na próxima segunda-feira.
O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, coloca o dedo na ferida e assume que há inscrições de clubes nas competições profissionais que são uma mentira.
"Isso é uma treta, é uma mentira", atira, de forma dura, em entrevista a Bola Branca, à margem da apresentação da 13ª edição do "Estágio do Jogador". "Continuam a ser admitidas declarações dos clubes assinadas pelos jogadores. Jogadores sem receber e sem trabalho e que estão dependentes de presidentes e treinadores vêem-se obrigados a assinar e isso não é uma situação verdadeira. Era importante que a Liga de Clubes não aceitasse isso e continua a aceitar", lamenta.
Joaquim Evangelista recomenda um licenciamento mais rigoroso da Liga. O caso do Beira-Mar é um dos mais problemáticos. O clube de Aveiro ainda tem montantes em atraso com os jogadores e treinadores.
"É verdade que foram transferidos mais 45 mil euros para a conta do Sindicato. O que fizemos foi identificar os salários e montantes devidos a cada jogador. Estamos a proceder ao envio para as contas dos jogadores, do montante correspondente a três meses de salários aos jogadores e de dois meses e meio aos treinadores", adianta Evangelista, endurecendo as críticas ao emblema aveirense.
"O que aconteceu com o Beira-Mar envergonha o futebol português. É um exemplo do que não deve ser um clube profissional. Foi uma situação muito má e os jogadores viveram momentos dramáticos", recorda.
O presidente do Sindicato lamenta ainda as notícias que continuam a apontar muitos jogadores estrangeiros aos clubes portugueses, contrariando a aposta na formação.
"É muito 'fait-diver', palavras soltas e oportunismo. Mesmo nos escalões inferiores e nos juvenis e juniores, vêm carradas de jogadores estrangeiros para ocupar o lugar dos nossos jovens e isso é preocupante", conclui."